Black Friday 2024 já registra 3 vezes mais golpes do que 2023 –
Com a chegada cada vez mais próxima da Black Friday, no dia 29 de novembro, quem deseja economizar e fazer boas compras deve se preparar não apenas para as diversas ofertas e condições especiais entre as marcas, mas a presença de um inimigo já à espera dos consumidores mais desatentos: os golpes e fraudes digitais, que, infelizmente, vêm acumulando vítimas de Norte a Sul neste período de “aquecimento” para a data.
Segundo o mais novo estudo da Branddi, especialista em soluções de proteção para marcas, apenas nas semanas que antecedem o mês de descontos e promoções, o Brasil já registrava mais de mil sites fraudulentos com a comunicação e termos relacionados ao evento, grande parte se passando por nomes famosos entre o público nacional — como McDonald’s, Nike, Amazon e Mercado Livre. O número de páginas fake à ativa, segundo a empresa, é três vezes maior que o monitorado no mesmo período em 2023.
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Se considerado o total de sites e anúncios falsos nas plataformas, independentemente de sua relação com a Black Friday, o número já ultrapassa a marca de 3790 ações golpistas somente em outubro, cujos discursos prometem preços vantajosos, ofertas inéditas e facilidades de pagamento, todos eles por tempo limitado. Entre os segmentos mais impactados, conforme mostra o levantamento, estão o de moda e vestuário (30,2%), e-commerce e marketplaces (25,1%) e, ainda, o de suplementos (14,3%).
“É o que chamamos de Brand Impersonation, expressão que se refere à replicação digital da identidade de marcas para enganar as pessoas, prática cada vez mais sofisticada entre os criminosos”, explica Gustavo Mariotto, CSO da Branddi. “Além de prejudicar a experiência do consumidor, os impactos afetam as empresas em diversas direções — desde a reputação até os prejuízos financeiros e a sobrecarga no atendimento. Não à toa, é comum que, nessas situações, o volume de solicitações ao SAC da companhia (em geral, reclamações de vítimas) aumente em até 3000%”.
Como funcionam os golpes
Na tentativa de enganar os consumidores durante o período de Black Friday, é bastante provável que as próximas semanas sejam marcadas por páginas fake e ações fraudulentas dos mais variados tipos, que atestam a criatividade e habilidades dos golpistas quando o assunto é confundir a cabeça dos consumidores — algo também observado durante os demais estudos da especialista na proteção de marcas.
Em outro levantamento da empresa, que analisou sites clones relacionados a 600 companhias reconhecidas pelos brasileiros entre junho e agosto deste ano, ao menos um golpe online ativo já atingia 82% das marcas monitoradas, normalmente divulgando produtos e serviços falsos ao público.
Entre os truques mais recentes descobertos pela Branddi, por exemplo, se destacam os perfis enganosos nas redes sociais, anúncios pagos que competem com as propagandas legítimas e a criação de domínios falsos, nos quais URLs semelhantes às de grandes marcas são registradas pelos cibercriminosos, geralmente acompanhadas de termos como “promo” e “blackfriday”.
Em todos os casos, na maior parte das vezes, são replicados o layout e os elementos gráficos das páginas oficiais, que se unem a preços irresistíveis e vídeos gerados pela Inteligência Artificial… e que convencem por utilizarem a imagem de influenciadores e embaixadores reais da marca (são as chamadas “deepfakes”, técnica que possibilita criar materiais supostamente autênticos com base no rosto e a voz de terceiros).
“Embora o consumidor deva se atentar aos golpes, é de suma importância que as marcas ajam preventivamente para minimizar riscos — sobretudo quando plataformas como o Google e Meta ainda enfrentam dificuldades para identificar fraudes e manter um ambiente seguro”, destaca Mariotto. “Por meio do monitoramento contínuo de novos domínios, anúncios e perfis online, por exemplo, bem como ações rápidas de remoção desses conteúdos, é possível garantir que a Black Friday (e não só ela) seja um período livre de dores de cabeça para todos”.